"Dançar o kuduro" é uma expressão que muita gaja usa, para explicar como limpou o pipi quando não encontrou papel higiénico na casa-de-banho.
Aqui, nem à letra a expressão pode ser levada, pois o único kuduro que se ouve é o kuduro progressivo dos Buraka Som Sistema, quando o DJ resolve agradar às massas não residentes e deseja vê-las a bailar ao som de algo que finalmente conhece.
Na entrada não se paga, e só isso poderá justificar os péssimos serviços de sanitário que nos prestam.
Desde que abriu que frequentava esta casa e a única coisa que me agradava no sanitário feminino eram os azulejos com girassóis, pois eram iguais aos da casa-de-banho da casa onde vivi quase um quarto de século, o que me dá um maior à vontade para cagar como se estivesse em casa, não fosse - lá está - a ausência de papel higiénico.
Por último concluo esta crónica renal ao falecido bar Roterdão (pelo menos com a gerência que conhecíamos), para admitir aqui que sim, fui eu que escrevi na parede da casa-de-banho feminina, com grandes letras a batôm que diziam "papel higiénico s.f.f., não somos animais", na mesma noite em que fui expulsa por dançar demais.
R.I.P.
Rest in piss, Roterdão.
sei bem, cara colega, amei o que acabaste de dizer e creio que penso o mesmo, fora as noites demasiado encharcadas onde nem passava pela dita latrina feminina. onde ficava só por ficar, simplesmente ficando, estando, e por ali continuando, a ficar, a estar. Bem, o que eu levo de lembranças, além do espaço, o antigo, onde a casa de banho tinha sempre papel e bastava desceres um pequeno lanço de escadas, sempre fechada, sempre lavada, depois? só nos salvou os pequenos coloridos girassois, nada mais. Saudades, o tempo passa, pelas casas de banho, não por nós.
ResponderEliminaras casas-de-banho antigas <3 isso sim
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