quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Belezas latrinais

Porque todo o momento deve ser belo.
Em todo o momento há poesia, há beleza escondida.
É como um filme, uma peça, um livro que conhecemos em determinado ponto da nossa vida e achamos que está a falar sobre nós, ou porque nos procuramos ou talvez porque temos uma mente tão impaciente que em vez de nos concentrarmos apenas no mundo exterior e do que ele nos tem para oferecer, nos perdemos nos nossos próprios pensamentos e avaliações.
E é em todos os momentos em que conseguimos ter dois minutos de silêncio e paz connosco próprios, que muitas vezes o queremos deixar de ter, pois já se tornou aborrecido com tanta tecnologia que se sobrepôs aos rótulos de shampoos e sabonetes líquidos que habitavam em nossos banheiros.
Foi num destes momentos que desafiei o curso natural das coisas, e encontrei o início da rota marítima das alforrecas portuguesas até ao centro do Tejo.
Elas estão dentro de nós.
E um mero pedaço de papel higiénico é quase como um cordão umbilical que nos separa delas e as deixa navegar nesse mundo, outrora de rosas.

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